O Juízo Divino é estabelecido sob a baliza de nossas escolhas, pois a liberdade inerente a elas nos torna responsáveis por seus resultados. A justiça de Deus pressupõe a voluntariedade humana: ninguém poderá ser justamente punido por um mal que não pôde evitar, nem recompensado por um bem que não buscou ou desejou. A essência do juízo reside em nossa capacidade de optar. Essa responsabilidade se manifesta nas Escrituras tanto na perdição quanto na salvação:
“ELES ESCOLHERAM SEUS CAMINHOS, e suas almas têm prazer em suas práticas detestáveis. Por isso também escolherei um duro tratamento para eles e trarei sobre eles o que eles temem. Pois eu chamei, e ninguém respondeu; falei, e ninguém deu ouvidos. Fizeram o mal diante de mim e ESCOLHERAM O QUE ME DESAGRADA.” (Isaías 66:2-4)
“ESCOLHI O CAMINHO DA FIDELIDADE; decidi seguir as tuas ordenanças.” (Salmos 119:30-31)
A própria existência da Justiça Divina depende do livre arbítrio, como ensina a tradição da Igreja:
“[…] se o homem carecesse do livre arbítrio da vontade, como poderia existir o Bem da Justiça, condenando os pecadores, e premiando as boas ações? A conduta desse homem não seria pecado, nem boa ação, caso não fosse voluntária. O castigo, como a recompensa, seria injusto se o homem não fosse dotado da vontade livre.” (AGOSTINHO. SANTO. Livro II – DO LIVRE ARBÍTRIO. Cap. I p. 39, Deus é o Autor do Livre Arbítrio
O Juízo de Deus é justo porque se baseia na liberdade de escolha humana (livre arbítrio). Se fôssemos forçados a agir, o castigo seria injusto e a recompensa, imerecida.
A responsabilidade moral é, portanto, uma consequência direta da liberdade dada por Deus.