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Muitos interpretam erroneamente um trecho do livro de Eclesiastes para defender que as almas que partiram da Terra em amizade com Deus estariam "dormindo" em uma espécie de "sono d’alma". A partir dessa visão, elas seriam incapazes de consciência, razão, lucidez ou amor, e, portanto, não poderiam interceder por nós. A passagem usada para essa defesa é: “(...) os mortos nada sabem, para eles não há mais recompensas, porque sua lembrança está esquecida” (Eclesiastes 9, 5).No entanto, uma leitura mais atenta das Escrituras nos revela o verdadeiro significado. 

Os “mortos” mencionados nessa e em outras passagens não são os que se salvaram, mas sim aqueles que se perderam de Deus e foram condenados a viver eternamente longe da paz, da alegria e das boas memórias. Eles não plantaram o Amor Divino na Terra e, por isso, não esperam mais por recompensas, mas apenas por uma existência distante do amor, da luz e da felicidade.

Em toda a Bíblia, "mortos" é uma referência clara aos condenados, aos desprovidos da vida em Deus. Vejamos alguns exemplos que confirmam essa interpretação:

  • “A região dos mortos está aberta diante dele. Os infernos não têm véu.” (Jó 26, 6)
  • “A habitação dos mortos, o seio estéril, o solo que a água jamais sacia e o fogo nunca diz: ‘basta!’” (Provérbios 30, 16)
  • “Porque no seio da morte não há quem de Deus se lembre. Quem o glorificará na habitação dos mortos?” (Salmos 6, 6)
  • “Os pecadores caíram na região dos mortos, todos esses se esqueceram de Deus.” (Salmos 9, 18)
  • “O que desce à sepultura não espera mais em vossa bondade.” (Isaías 38, 18)

Essas e outras passagens bíblicas confirmam que o estado de morte espiritual se opõe ao estado de vida com Deus. Diferentemente dos condenados, os santos, que se salvaram, estão espiritualmente vivos e acolhidos no Corpo de Cristo, que é a Igreja no Céu. Eles não são meros espíritos inertes, mas membros ativos e conscientes da família de Deus, capazes de se lembrar e interceder por nós.



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