R: O ser humano não pode ser feliz fora do amor e da bondade. A felicidade de toda criatura reside na realização do propósito de sua existência. Assim como as aves encontram alegria na liberdade do voo, o ser humano só consegue ser feliz se praticar o bem, pois foi criado para participar do amor e da bondade de Deus. Nossa natureza é ser imagem e semelhança de Cristo, um reflexo Daquele que é o Amor em si.
"A TRISTEZA APRESSA A MORTE, TIRA NOSSO VIGOR; E O DESGOSTO DO CORAÇÃO FAZ ABAIXAR A CABEÇA." (Eclesiástico 38, 19)
Grande parte da infelicidade humana está na ausência de consciência sobre quem somos e para qual propósito existimos. Essa incapacidade nos leva a buscar inúmeras justificativas para fugir da prática do bem, contaminando a vontade. O resultado é um descaso pelo bem-querer e bem-fazer, e uma profunda e crescente detestação em partilhar as dádivas que de Deus recebemos. A alma adoece pelo egoísmo e avareza, estagnando nossa felicidade e nos deixando desencantados com o mundo. A raiz dessa tristeza espiritual é a acídia:
"ACÍDIA, SEGUNDO DAMASCENO, É A TRISTEZA ACABRUNHANTE QUE PRODUZ NO ESPÍRITO DO HOMEM TAL DEPRESSÃO, QUE ESTE NÃO TEM VONTADE DE FAZER MAIS NADA; AS COISAS FICAM ÁCIDAS, E AS COISAS ÁCIDAS TAMBÉM SÃO FRIAS. POR ISSO, A ACÍDIA IMPLICA CERTO DESGOSTO PELA AÇÃO BOA.” (AQUINO. Santo Tomás de. De Magistro e os sete pecados capitais. SP: Martins Fontes, 2000. p. 482, 2004)
A fé é a dádiva necessária para nos conscientizar da alegria e da beleza que há na bondade. Manter-se na fé e no amor nos afasta da tristeza e da tibieza (frieza espiritual), que são geradas pela incompletude daqueles que se negam a servir a Deus porque se negam a servir ao próximo.
Nossa vocação, portanto, é a perseverança no Bem:
"(...) NÃO SOMOS ABSOLUTAMENTE DE PERDER O ÂNIMO PARA NOSSA RUÍNA; SOMOS DE MANTER A FÉ PARA NOSSA SALVAÇÃO." (Hebreus 10, 39)
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