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No tempo do rei Davi, a figura do zelador real era de suma importância. Ele era o encarregado de guardar as chaves do palácio, responsável por abrir e fechar as portas da Casa Real até o retorno do rei. Essa função serviu de base para uma profunda profecia. Nessa tipologia, o Rei de Israel, Davi, prefigura Cristo; a Casa Real simboliza a Igreja, a porta de entrada para o Reino; e o zelador, Eliaquim, representa Pedro. A profecia de Isaías (22:20-24) anunciava essa figura com uma autoridade única:

"Naquele dia, chamarei meu servo Eliaquim, filho de Helcias. Vou vesti-lo com túnica, cinto e lhe transmitirei os seus poderes; ELE SERÁ UM PAI para os habitantes de Jerusalém e para toda casa de Judá. Porei sob a sua responsabilidade a chave da casa de Davi; se ele abrir ninguém fechará; e se ele fechar ninguém abrirá." (Isaías 22:20-24)

Essa profecia se cumpriu plenamente em Cristo, o Rei verdadeiro, que concedeu a Pedro, o zelador da Igreja, a autoridade das chaves do Reino dos Céus, com o poder de ligar e desligar:

"Eu te darei as chaves do Reino do céu. Tudo que ligares na terra será ligado no céu; e tudo que desligares na terra será desligado no céu." (São Mateus 16:16, 18)

Como Porteiro com as chaves, Pedro guarda a porta da Igreja, o caminho para o Reino de Deus. O Salmo 117 (118) nos recorda que:

"Esta é a porta do Senhor. Só os justos por ela podem passar." (Salmos 117:20)

Em São João 10:2-3, a relação de poder e autoridade fica ainda mais clara: a porta só é aberta pelo porteiro sob as ordens de Cristo, o Pastor, que por ela entrará com as ovelhas que O amaram e seguiram.

"Quem entra pela porta é o Pastor das ovelhas. A este, o Porteiro abre." (São João 10:2-3)

A Igreja, por meio de Pedro e de seus sucessores, age como o canal da graça de Deus, como atesta o Catecismo da Igreja Católica (§1478):

"O amparo se obtém de Deus mediante a Igreja, que, em virtude do poder de ligar e desligar que Cristo Jesus lhe concedeu, intervém em favor do cristão, abrindo-lhe o tesouro dos méritos de Cristo e dos santos para obter do Pai das misericórdias a remissão das penas devidas a seus pecados. Assim, a Igreja não só vem em auxílio do cristão, mas também o incita a obras de piedade, de penitência e de caridade."
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