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Regidos pelo instinto de autopreservação e pela razão natural, nossa inclinação é priorizar a nós mesmos. No entanto, a fé nos convida a ir além: a amar quem nos odeia, a partilhar com quem não conhecemos e a amar o próximo como a nós mesmos. Esse amor, que excede a razão e o instinto, é o Bem por excelência e o que nos liberta de um valor excessivo dado a nós mesmos em detrimento da vida do outro. Existem aqueles que, embora fora da religião institucional, mantiveram a fé; outros que nunca pertenceram à Igreja ou são de religiões não cristãs. Mesmo assim, podem estar unidos a Deus, tornando-se, sem o saber, imitadores de Cristo. A fé universal, katolikós, que nos move à caridade, está além dos ritos, liturgias e templos. Há, inegavelmente, um traço de catolicidade naqueles cuja fé os impulsiona a doar a vida em prol do bem comum. Quem ama na caridade, crê e conhece a Deus na prática, mesmo que não o conheça intelectualmente. É por isso que as Sagradas Escrituras afirmam: “Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1 Jo 4, 7-8). E o Concílio Vaticano II nos lembra que “a Igreja Católica nada rejeita do que nessas religiões existe de verdadeiro e santo”, exortando-nos a reconhecer e promover os bens espirituais e morais de outras fés (Declaração Nostra Aetat, 2). Como nos ensina São Paulo, os pagãos, “que não têm a Lei, fazendo espontaneamente as coisas que são da Lei, embora não tenham a lei, do seu modo, à lei são submissos; eles mostram que o objeto da lei está gravado nos seus corações...” (Rm 2, 14-15).Lamentavelmente, há os que, mesmo praticando todos os ritos, não acolheram a fé em sua totalidade, falhando em colocar em prática a Fraternidade Universal. Isso nos recorda que “diante de Deus não são justos os que ouvem a Lei, mas serão tidos por justos os que a praticam” (Rm 2, 13). 



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