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O Batismo é o remédio divino contra a disposição humana ao desamor a Deus e ao próximo. Ele aniquila em nós a natureza corrompida, aquela que nos faz desde o nascimento "filhos do ódio" e na qual "não habita bem algum" (Efésios 2,3; Romanos 7,18; Salmo 51,5). 

O sacramento batismal nos concede o poder de reviver em uma nova natureza humana em Cristo, que nos capacita no futuro à consciência do arrependimento, do amor e do perdão

As Escrituras testificam essa transformação profunda: 

  • "Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim, nós também vivamos uma vida nova." (Romanos 6,4)
  • "Sepultados com ele no batismo, com ele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos." (Colossenses 2,12)

Sendo um sinal da encarnação de Cristo entre nós (1 João 5,6), o Batismo, que vem de Cristo e é conferido em Nome da Santíssima Trindade, tem por efeito transformar nossas vidas e eximir-nos da culpa original na qual, involuntariamente, nascemos. Assim, ele nos comunica a vida eterna e nos insere no sacrifício redentor de Cristo, pelo qual somos reabilitados a viver a Sua vontade. 

Viver o Batismo, portanto, é viver no presente e no futuro em uma boa consciência, que abrange a paz e a justiça. 

São Pedro, em uma analogia ao dilúvio, ensinou que a água batismal vai além de uma simples purificação física: 

  • "Essa água prefigurava o Batismo de agora, que vos salva também a vós, não pela purificação das impurezas do corpo, mas porque consiste em pedir a Deus uma consciência pura." (1 Pedro 3,20-21)

 Isso significa que o Batismo não é um mero ritual externo, uma simbologia vazia, mas uma verdadeira renovação interior, um renascimento que nos lava do pecado original e nos capacita a buscar uma vida de santidade. É sim, a porta para uma união mais profunda com Cristo, iniciando uma jornada de fé e obras que culmina na vida eterna. 


NOTAS EXPLICATIVAS 

  1. A "disposição humana ao desamor" e a "natureza corrompida" referem-se à condição humana após a Queda, marcada pelo pecado original. As passagens citadas são: "Éramos, por natureza, filhos do ódio." (Efésios 2,3); "Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum." (Romanos 7,18); "Nasci na culpa, minha mãe me concebeu no pecado." (Salmo 51,5).
  2. A encarnação de Cristo é fundamental para a eficácia dos sacramentos. "Eis Jesus, aquele que veio pela água e pelo sangue." (1 João 5,6).
  3. A culpa original é o estado de privação da graça santificante em que nascemos, não por um pecado pessoal, mas por sermos descendentes de Adão e Eva.


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