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A Ação da Trindade: Unidade na Distinção

As Pessoas da Santíssima Trindade podem agir de forma distinta, mas jamais isoladamente ou separadas em essência. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são inseparáveis em sua união, embora sejam distintos em suas Pessoas. Por isso, existem atos que envolvem as três Pessoas Divinas em conjunto, e outros que são próprios e exclusivos de apenas uma delas. Podemos ilustrar essa realidade com exemplos bíblicos:

  • Ações da Trindade inteira: A criação da humanidade foi um ato conjunto e simultâneo das Três Pessoas da Santíssima Trindade, como revela o plural em Gênesis: “Façamos o homem à nossa imagem.” (Gênesis 1:26)
  • Ação do Pai e do Filho: O julgamento final é uma missão do Pai e do Filho: “Em presença de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos.” (2 Timóteo 4:1)
  • Ações exclusivas do Espírito Santo: A distribuição dos dons espirituais e o consolo dos aflitos são missões exclusivas do Espírito Santo, razão pela qual só a Ele chamamos “Paráclito” ou “Consolador”. “O mesmo Espírito distribui todos esses dons.” (1 Coríntios 12:11) e “o Paráclito, o Espírito da verdade... vos ensinará todas as coisas.” (João 14:16)
  • Ações exclusivas do Filho: O nascimento, a morte e a ressurreição em nossa carne foram atos exclusivos do Filho, pois só Ele é o “Verbo Encarnado” ou “Emanuel” (Deus conosco). “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... E o Verbo se fez carne.” (João 1:1, 14, 29).

A encarnação de Jesus é o exemplo mais claro da atuação própria de uma Pessoa Divina. 

Não se diz que o Espírito Santo gerou a Si próprio ou o Pai no ventre da Virgem, mas que Ele concebeu Deus na Pessoa do Filho: “o que nela está gerado é do Espírito Santo.” (São Mateus 1:20). 

Da mesma forma, não se diz que o Pai foi morto na cruz, pois quem assumiu um corpo para morrer por nossos pecados, sendo chamado Salvador, foi Deus na Pessoa do Filho.

Tudo o que diz respeito à humanidade do Deus encarnado pertence exclusivamente ao Filho. Somente Ele nasceu como homem sem deixar de ser Deus. Por isso, não se afirma que o Pai ou o Espírito Santo sentiram fome no deserto (Mateus 4:2), ou que derramaram lágrimas (Lucas 19:41, 44). Tais atos foram exclusivos do Filho Divino que se fez homem. Essa distinção nos ajuda a compreender, por exemplo, a maternidade divina de Maria. Ela é a Mãe de Deus porque concebeu e deu à luz o próprio Deus na carne, na pessoa do Filho. Para ser Mãe de Deus, bastou a ela gerar o Filho, pois a salvação que recebemos de Deus nos é concedida unicamente por meio de Cristo.




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