As Pessoas da Santíssima Trindade podem agir de forma distinta, mas jamais isoladamente ou separadas em essência. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são inseparáveis em sua união, embora sejam distintos em suas Pessoas. Por isso, existem atos que envolvem as três Pessoas Divinas em conjunto, e outros que são próprios e exclusivos de apenas uma delas. Podemos ilustrar essa realidade com exemplos bíblicos:
A encarnação de Jesus é o exemplo mais claro da atuação própria de uma Pessoa Divina.
Não se diz que o Espírito Santo gerou a Si próprio ou o Pai no ventre da Virgem, mas que Ele concebeu Deus na Pessoa do Filho: “o que nela está gerado é do Espírito Santo.” (São Mateus 1:20).
Da mesma forma, não se diz que o Pai foi morto na cruz, pois quem assumiu um corpo para morrer por nossos pecados, sendo chamado Salvador, foi Deus na Pessoa do Filho.
Tudo o que diz respeito à humanidade do Deus encarnado pertence exclusivamente ao Filho. Somente Ele nasceu como homem sem deixar de ser Deus. Por isso, não se afirma que o Pai ou o Espírito Santo sentiram fome no deserto (Mateus 4:2), ou que derramaram lágrimas (Lucas 19:41, 44). Tais atos foram exclusivos do Filho Divino que se fez homem. Essa distinção nos ajuda a compreender, por exemplo, a maternidade divina de Maria. Ela é a Mãe de Deus porque concebeu e deu à luz o próprio Deus na carne, na pessoa do Filho. Para ser Mãe de Deus, bastou a ela gerar o Filho, pois a salvação que recebemos de Deus nos é concedida unicamente por meio de Cristo.