A fé é a luz divina que recebemos para iluminar nossos passos em direção a Deus, a fim de que possamos nos unir a ele. A fé católica está centrada em Jesus Cristo e é a afirmação de que ele é o Deus que se tornou humano para testemunhar, dentre outras coisas, que é possível vencer a morte ao ressuscitar dos mortos (1). O catolicismo é a crença no poder eficaz da fé, em sua capacidade de transformar o mundo a partir da transformação de nós mesmos (2).
Para crer, é preciso aceitar o convite de Deus para conhecê-lo de modo racional no âmbito da natureza humana de Cristo, que é a divindade humanizada e, ao mesmo tempo, a humanidade divinizada: “NO INÍCIO ERA O VERBO, E O VERBO ERA DEUS, E O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS” (São João 1, 1-14). Cristo é o rosto humano de Deus e o rosto de Deus no homem (3). O Criador deixou sinais visíveis em toda a criação para que pudéssemos identificar o autor por sua obra (4): “INSENSATOS OS QUE DESCONHECEM A DEUS, E ATRAVÉS DOS BENS VISÍVEIS NÃO SOUBERAM RECONHECER O ARTISTA POR SUA OBRA” (Sabedoria 13, 1).
A fé é o que nos permite confiar sem ver, como o cego que confia no cão-guia ou a criança no colo dos pais, confiando que não a deixarão cair. Adão e Eva possuíam a eternidade, a perfeição, a liberdade e viam a Deus, mas resolveram não confiar nele, mesmo podendo vê-lo, usando da liberdade para expulsá-lo de suas vidas. Assim, perderam-se de Deus, perdendo a visão dele. Deus, agora, solicita como prova de confiança e amor que confiemos nele, ainda que não o vejamos, como a criança que dorme sem medo no colo dos pais, certa de que nada lhe fará mal. Tomé dizia acreditar na ressurreição de Cristo só se o visse vivo, em carne e osso. A ele, Cristo disse: “[…] VÊ MINHAS MÃOS PERFURADAS? PÕE TUA MÃO NO LADO CORTADO. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. Creste só porque me viste? FELIZ AQUELE QUE ACREDITOU SEM TER VISTO” (São João 20, 27 e 29).