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O ato de crer é muito mais que simplesmente "acreditar em Deus". A fé autêntica é, antes de tudo, uma prática. Todo aquele que possui uma fé perfeita manifesta-a através da Caridade. Quem não tem caridade, apenas "acredita" em Deus. Resistir ou negar a caridade é um grave pecado contra a fé, conforme nos ensina São Paulo: "Aquele que não cuida dos seus, e principalmente dos da própria casa, negou a fé, e é pior do que um incrédulo" (1 Timóteo 5, 8).

O cuidado fraterno com nosso semelhantes é a vida da fé. 

É o movimento do ser em direção a Deus, impulsionado pela graça, para se tornar um imitador de Cristo. 

O amor que cuida do outro nos leva a renunciar a nós mesmos, nossos desejos e prazeres, para dar em favor dos necessitados, assim como Jesus, que deu a vida para que pudéssemos ter a vida eterna. "Ninguém tem maior prova de amor que esta, dar a vida pelos seus" (João 15, 13). É por isso que somos chamados a ser "imitadores de Deus, como filhos muito amados" (Efésios 5, 1).


O Princípio da Imitação

São Tomás de Aquino ensina que Deus é o Sumo e Absoluto Bem (Suma Teológica, I, Q. 6, art. 1). 

O nosso sacrifício produz efeitos em nós quando nos incorporamos a Cristo como membros à Cabeça, e os membros devem ser conformes à Cabeça (Suma Teológica, III, Q. 46, art. 3).

A crença de que a fé se restringe a uma mera noção intelectual da religião é anticristã. Ela convida à negação do amor ao próximo e à desobediência a Deus: "Por que vocês me chamam 'Senhor! Senhor!', mas não fazem o que eu digo?" (Lucas 6, 46). T

Ter fé e, deliberadamente, negar obediência aos preceitos divinos de Amor Fraterno tornará essa fé inútil. Por isso, a Escritura nos exorta a não receber "a graça de Deus em vão" (2 Coríntios 6, 1-2). Quem não frutifica em obras nos méritos de Cristo crê em vão. O Santo Apóstolo Paulo afirma que Deus "retribuirá a cada um conforme as suas obras: a vida eterna para aqueles que, perseverando em fazer o bem, têm em vista a glória, a honra e a incorruptibilidade" (Romanos 2, 6-7). E o livro do Apocalipse confirma: "Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras" (Apocalipse 22, 12).


A Fé: Um Dom que Transforma em Ação

A fé apostólica não é um produto mental, mas um dom puro de Deus (Efésios 2, 8). Através dela, nos unimos a Cristo para que nossa fé progrida e oriente todas as nossas ações para Deus, nosso Fim Último. É por isso que Jesus adverte: "Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor!' entrará no Reino dos Céus, mas aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mateus 7, 21). Ele nos convoca a "praticar a iniquidade" (Mateus 7, 23). "Aquele que, pois, sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado" (Tiago 4, 17).A fé autêntica anseia transcender a abstração e se manifestar em obras concretas. "Também a fé, se não tiver obras, está morta" (Tiago 2, 17). 

O corpo sem a alma é morto, e a fé sem obras também o é (Tiago 2, 26). 

As obras, como ensina São Tiago, não são contrárias à fé, mas cooperam com ela e a completam (Tiago 2, 21-22).

Quem diz crer, mas não ama o próximo com atitudes, não conhece a Deus. 

A fé que salva é a que se traduz em ações de caridade, como a que o próprio Jesus descreve: "Tive fome e me destes de comer... todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes" (Mateus 25, 35, 40).

O Amar e o Bem-Querer ao próximo é o pleno cumprimento da lei (Romanos 13, 10), o produto vivo e eficaz da verdadeira fé. Ela nos capacita a agir de forma semelhante a Cristo, aperfeiçoando nossos atos com a virtude divina. 

A autêntica fé Apostólica é, essencialmente, prática.



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