O Mal Que Reside no Excesso e na Falta.
Nenhum direito desordenado, sem parâmetros de justiça e fraternidade, pode ser útil ou construtivo. O ser humano não nasce escravo da transgressão, mas com o desejo inalienável de ser feliz (conforme o Catecismo 1.718). Nessa busca desenfreada, ele erra o alvo, buscando a felicidade em atos ou pensamentos que violam o Amor fraternal, ofendendo a Deus e ao próximo.
A liberdade é perdida de duas maneiras:
Onde há excesso de permissividade e satisfação plena de desejos descontrolados, surge a escravidão. Os grilhões mais rígidos são aqueles que nos tornam reféns de nós mesmos, fruto da desordem no uso da vontade livre. A liberdade é um Bem perfeito quando utilizada para seu fim: a prática do Amor-Benfeitor (Caridade), que executa a justiça e preserva a criação. O principal objetivo de nossa existência é que a liberdade nos permita Amar a Deus e ao próximo, pois não é possível amar por obrigação. Contudo, a liberdade pode se tornar um bem corrompido, um mal, quando desvirtuada desse propósito.
A vontade humana, como ensina a Filosofia Católica:
"(...) É INDETERMINADA E INCERTA ATÉ QUE A RAZÃO COLOQUE À SUA DISPOSIÇÃO AS OPÇÕES, PARA QUE, APÓS UM PRÉVIO JUÍZO RACIONAL AVALIATIVO, SE DETERMINE, PELO APETITE DA VONTADE ALCANÇAR AQUILO QUE SE ESCOLHEU." (JOVILET. Teologia e Psicologia. Livro II. Cap. II, P. 534. DA LIBERDADE)
Aquele que faz tudo o que deseja não é livre, mas escravo da sua própria vontade. É o que alerta São Paulo:
"NÃO SABEIS QUE, QUANDO VOS OFERECEIS A ALGUÉM PARA LHE OBEDECER, SOIS ESCRAVOS DAQUELE A QUEM OBEDECEIS; QUER SEJA DO PECADO PARA MORTE, QUER DA OBEDIÊNCIA PARA JUSTIÇA?" (Romanos 6, 16)
Portanto, não nascemos escravos, mas nos escravizamos espontaneamente quando agimos sem os freios da Razão e sem o norte do Bem Comum, trocando a verdadeira liberdade pelo jugo da desordem.