2 min de leitura

EXISTEM IMAGENS SAGRADAS?


R: Sim, e a primeira delas é o próprio ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, como nos revela Gênesis 1,26: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança." Essa imagem divina em nós se manifesta em tudo o que é imortal e racional, como a alma, a inteligência, o amor e a capacidade de praticar a justiça e a bondade. 

Ao encarnar-se, Jesus Cristo tornou visível a imagem do Pai invisível, revelando a plenitude dessa semelhança divina em uma humanidade perfeita: "Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação" (Colossenses 1,15). 

Desse modo, o Criador é, na verdade, o "escultor" da primeira e mais sublime imagem sagrada: o próprio homem. 

Além disso, a Escritura nos mostra que o próprio Deus utilizou imagens com um propósito pedagógico. Um exemplo marcante é a transformação da esposa de Ló em uma estátua de sal (Gênesis 19,26), que permaneceu como um símbolo visível da incredulidade e da transgressão. 

No contexto litúrgico, as imagens sagradas servem como um memorial, um elo visual que nos conecta a Cristo e aos seus santos.

 Retratos de mártires, como São Sebastião, transpassado por flechas, ou Santo Estêvão, sendo apedrejado, não são meras representações, mas testemunhos das virtudes de Jesus que resplandeceram neles. Eles foram, de fato, imitadores de Cristo, conforme nos exorta São Paulo: "Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo" (1 Coríntios 11,1). 

Em cada um que renuncia à própria vida por amor a Deus, é Jesus quem habita e se manifesta. 

A iconografia cristã, portanto, busca retratar tudo aquilo que identifica Jesus, que se torna visível através dos sinais que Ele nos deixou, sendo a Cruz o mais emblemático deles.


CRISTO DEIXOU PROVAS VISÍVEIS DO SEU GRANDE AMOR POR NÓS?

R: Sim, Cristo nos deixou provas visíveis de seu imenso amor, especialmente nos instrumentos de seu martírio, como os cravos, a coroa de espinhos e, de modo mais proeminente, a Cruz. Essas são, entre outras imagens, as que revelam de forma contundente seu amor incondicional pela humanidade. Esse amor, tornado visível, deve ser constantemente retratado e contemplado, para que, ao vê-lo, nos recordemos do gesto mais sublime e sacrificial jamais praticado. 

A Cruz é o símbolo visível mais importante e eloquente da missão redentora de Jesus. Ela se tornou um divisor de águas, como São Paulo nos lembra em suas cartas:

  • "Aqueles que vos obrigam à circuncisão não querem ser perseguidos por causa da Cruz de Cristo." (Gálatas 6,12)
  • "Não pretendo vangloriar-me, a não ser na Cruz de Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo." (Gálatas 6,14)
  • "Reunidos num só corpo pela virtude da Cruz, aniquilando nela a inimizade." (Efésios 2,16)

Por isso, podemos ecoar as palavras da sabedoria: "Bendito o madeiro pelo qual se realiza a justiça." (Sabedoria 14,7). 

A Cruz é o memorial perpétuo do sacrifício de Jesus e a maior prova visível de seu amor eterno por nós.




Comentários
* O e-mail não será publicado no site.