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1. O LADRÃO CRUCIFICADO SE SALVOU APENAS PELA FÉ?

R: Não, a salvação do bom ladrão não se deu apenas por um assentimento intelectual, mas por uma fé viva que se manifestou em atos concretos

A verdadeira fé cristã é dinâmica; ela nos transforma, conforme nos lembra São Paulo: "Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!" (2 Coríntios 5,17).

A conversão do ladrão, de fato, revelou sinais inegáveis de uma transformação interior. Ele demonstrou que se encontrara com o Bem ao:

  • Reconhecer-se culpado de seus crimes;
  • Aceitar a justiça do seu próprio sofrimento;
  • Arrepender-se de suas falhas.

Contudo, sua atitude mais marcante, e que selou sua conversão, foi a de defender Jesus publicamente.

 Enquanto a multidão e até outro crucificado O ofendiam e blasfemavam, o bom ladrão interveio com coragem e lucidez, repreendendo o companheiro: 

"Sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? Para nós isso é justo. Recebemos o que merecemos por nossos crimes. Mas este não fez mal algum." (Lucas 23,40-41)O ladrão arrependido tornou-se a voz que não se calou diante da injustiça, defendendo um inocente que era crucificado e oprimido. Seus atos, nascidos de uma fé recém-nascida e agraciada por Cristo, permitiram-lhe receber o perdão e a salvação. Ao clamar a Jesus: "Senhor, lembra-Te de mim quando entrares no Teu Reino!" (Lucas 23,42), obteve a resposta que ecoa a promessa da misericórdia divina: "Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso." (Lucas 23,43)

Essa passagem bíblica é um testemunho eloquente de que a fé, quando verdadeira, se manifesta em ações de caridade e bondade, capazes de transformar a realidade e conduzir à salvação.



2. OS ATOS DE JUSTIÇA E AMOR DO LADRÃO VIERAM DE DEUS?

R: Sim, sem dúvida. Nossos atos de verdadeira justiça e amor, especialmente aqueles que superam nosso egoísmo natural, são frutos da graça divina.

 Em nossa condição humana imperfeita, tendemos a amar mais a nós mesmos do que aos outros, o que gera um certo egoísmo em muitos indivíduos. 

O egoísta, por natureza, dificilmente compartilha a bondade que recebe, seja de Deus ou dos homens, pois seu foco está no ganho pessoal. Para que possamos verdadeiramente amar ao próximo e a Deus, é fundamental crer e permitir que os auxílios divinos atuem em nós e por meio de nós

Jesus mesmo nos ensina a profunda dependência de Sua graça: "Eu sou a videira; vocês, os ramos. Se alguém permanecer em Mim e Eu nele, esse dará muitos frutos, pois, sem Mim nada podem fazer." (João 15,5)É o amor ao próximo, infundido pela graça de Deus, que nos cura do egoísmo. 

Como nos recorda o Catecismo da Igreja Católica:"...que cada um respeite o próximo, considerando antes de tudo sua vida e meios necessários para mantê-la dignamente. 

Nenhuma lei, por si só, fará desaparecer os preconceitos e as atitudes de orgulho e egoísmo que constituem obstáculos para uma sociedade fraterna. Esses comportamentos só cessam com a caridade, que nos faz ver cada ser humano como irmão." (Catecismo da Igreja Católica, § 1931)

Portanto, os atos de justiça e amor do bom ladrão foram, sim, impulsionados e possibilitados pela graça de Deus. 

Sua fé se abriu à ação divina, permitindo que a caridade transformasse seu coração e o conduzisse à salvação.



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