1. Da morte veio a vida eterna?
Sim. A morte de Jesus na cruz criou uma nova e definitiva realidade entre a humanidade e Deus, substituindo o que existia antes. Essa nova aliança nos reconciliou com o Criador e é a ela que devemos aderir para sermos salvos. Nela, recebemos bens que antes nos eram negados, como o perdão dos pecados e a graça de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Assim, a morte de Cristo nos abriu o acesso aos bens espirituais que nos permitem, após a morte, ressuscitar para a vida eterna.
2. Para termos esses bens, Jesus precisou morrer?
Sim. Ao se submeter à cruz por vontade própria e em nosso lugar, Jesus realizou a justiça divina sobre o gênero humano. Ele recebeu a pena que removeu a culpa que nos separava do Criador. Se Ele não tivesse morrido, nosso arrependimento e pedido de perdão não teriam valor, pois a justiça por nossa deslealdade para com Deus, nascida em Adão, ainda não teria sido cumprida. Apenas com a justiça reparada veio o direito ao perdão. Como nos ensina a Carta aos Hebreus: “Foi por causa da vontade de Deus que temos sido santificados, de uma vez para sempre, pelo sacrifício do corpo de Jesus.” (Hb 10, 10). Cristo assumiu a humanidade para nela cumprir a justiça. Morreu em seu corpo humano para que a humanidade, agora livre da culpa, pudesse renascer no mundo que virá, sem imperfeições ou vulnerabilidade ao mal. “Convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça toda a nação.” (Jo 11, 50). E, como confirma São Paulo, “Assim como em Adão todos morrem, em Cristo todos reviverão.” (1 Cor 15, 22).
3. Onde buscamos esses bens?
Esses bens, que agora fazem parte da história humana, são encontrados no próprio Cristo, através dos sacramentos que Ele instituiu e deixou à sua Igreja, como o Batismo e a Eucaristia. O sangue de Cristo, derramado para o perdão dos pecados, cobriu toda a humanidade com a justiça necessária para ser novamente aceita por Deus na eternidade. Quando participamos do seu corpo, por exemplo na Eucaristia, participamos de sua morte e ressurreição. "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia (...), pois a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida." (Jo 6, 54-55). O Batismo também nos une a Ele em sua morte para que ressuscitemos com Ele: “Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte?” (Rm 6, 3). Participar da realidade do Corpo místico de Cristo é estar unido a Ele, produzindo os frutos de justiça e bondade que são necessários à nossa salvação.