Sim, o conselho é fundamental para balizar nossas escolhas, pois nos aproxima de Deus e nos guia na jornada da vida. Os bons conselhos têm o poder de incutir o temor a Deus em nossas decisões, como nos lembra Jó (28, 28): "O temor do Senhor, eis a sabedoria! Fugir do mal, eis a inteligência!"
Além disso, eles fazem crescer a prudência em nós, conforme Provérbios (4, 5) nos exorta: "Adquire sabedoria, adquire perspicácia, não te esqueças de nada, não te desvies de meus conselhos."
Mais do que isso, o conselho orienta nossa busca por justiça entre as diversas opções que se apresentam, e aponta o caminho que nos conduzirá à salvação, livrando-nos de todos os males. Eclesiástico (3, 2) reforça essa ideia: "Ouvi, meus filhos, os conselhos de vosso pai, segui-os de tal modo que sejais salvos." Ele nos ajuda a discernir o bem ou o mal que cada escolha pode nos trazer.
É crucial entender que tudo o que realizamos procede voluntariamente de nossas livres escolhas.
Deus não nos força, mas nos convida à ação. Como afirma São Paulo em Filemon (14): "Para que a tua boa ação não fosse como que forçada, mas por vontade espontânea."
É justamente porque somos capazes de escolher entre o bem e o mal que o Espírito Santo concede o dom do aconselhamento.
Esse dom divino tem como propósito dirimir nossas dúvidas e nos guiar retamente em nosso caminho.
A Palavra de Deus em Ezequiel (3, 21) ilustra isso perfeitamente: "Se advertires o justo para que não peque, e ele não pecar, certamente viverá, porque foi advertido; e tu livraste a tua alma."Somente o ser racional é capaz de discernir entre o Bem e o mal. Contudo, em nosso estado de imperfeição humana, necessitamos da orientação superior para descobrir e escolher como proceder diante de Deus, de acordo com a Sua vontade.
A liberdade é, por si só, um dom divino.
Mas ela se aperfeiçoa e se plenifica justamente nos conselhos e nas exortações que nos conduzem ao amor, à justiça e à fraternidade universal.
Afinal, seria impensável que um dom espiritual tão precioso como o aconselhamento e a orientação sobre os preceitos da salvação e do amor fosse concedido sem a possibilidade de um proveito útil. São Paulo nos lembra em I Coríntios (12, 7) que "A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum."
Portanto, o conselho só se torna verdadeiramente útil porque possuímos o livre-arbítrio.
Sem a capacidade de escolher, de mudar de rota a partir do que nos é aconselhado, o dom do conselho perderia seu propósito e sua eficácia. É na união entre a sabedoria que nos é oferecida e a liberdade que nos permite agir que a graça de Deus se manifesta em plenitude em nossas vidas.
Como você recebe os conselhos em suas decisões?
De que forma, o livre-arbítrio se manifesta, quando você recebe uma orientação muitíssimo importante que pode lhe evitar um dano ou lhe guiar para algo proveitoso?