Já se perguntou o que realmente é uma profecia? É um tema que desperta curiosidade e, por vezes, equívocos. Entender a natureza e o propósito da profecia é crucial para compreender a forma como Deus se comunica com a humanidade ao longo da história.
Profecia é um conhecimento superior que provém de Deus sobre as verdades divinas. Ela se manifesta por meio de sinais, palavras ou outros canais de comunicação, ditando acontecimentos futuros de suma importância para a salvação. A profecia está presente em toda revelação de Deus, pois é o anúncio dos novos tempos por meio de um conhecimento que transcende a época, os interesses individuais e a capacidade humana. Ela não é um mero palpite ou previsão, mas um dom especial concedido por Deus a quem Ele quer, acontecendo quando e se Ele assim desejar. Não basta querer profetizar; a verdadeira profecia tem uma origem divina. Como nos lembra a Escritura: "...porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo." (2 Pedro 1, 21) Isso significa que a profecia não é fruto da vontade humana, mas de uma inspiração divina que, no seu tempo e no seu propósito, inspira um indivíduo a transmitir uma mensagem de Deus até então não compreendida no tempo e na razão.
As profecias existiram para acrescentar um conhecimento que estava faltando na relação entre Deus e a humanidade, especialmente entre a Igreja e Cristo. Elas são um auxílio indispensável para nos guiar na busca pela verdade e pela salvação. Como diz a Primeira Carta aos Coríntios: "De sorte que a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis." (1 Coríntios 14, 22) Isso ressalta o caráter da ação profética: serve para fortalecer e guiar os que já creem. O objetivo primordial da profecia é o bem comum e a salvação universal, nunca um interesse particular, exclusivo ou privado. As profecias são manifestações futuras destinadas a contribuir com o mundo na construção das virtudes cristãs, auxiliando no crescimento espiritual da comunidade. É por isso que a interpretação da profecia não pode ser arbitrária: "Sabendo primeiramente isto: nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação." (2 Pedro 1, 20) Essa passagem é crucial. Ela nos alerta que a profecia bíblica não pode ser interpretada de forma isolada ou segundo a vontade individual de quem a lê. Sua compreensão deve estar alinhada com o propósito divino e com o corpo da Revelação. O Catecismo da Igreja Católica (§555, que trata sobre os Profetas e o anúncio do Messias) destaca como os profetas do Antigo Testamento prepararam o povo para a vinda de Cristo, sendo suas profecias uma parte essencial do plano divino para a salvação. Em suma, a profecia é um dom divino que revela a vontade de Deus, orienta Seus fiéis e prepara o caminho para Sua intervenção na história, sempre visando o bem maior da salvação.