Afinal, o que é adoração? E como ela se distingue de outras formas de culto, como por exemplo, a veneração? Compreender a profundidade de como nos relacionamos com Deus e com o que Dele provém é essencial para uma fé madura e consciente.
Deus, em sua sabedoria, revelou-nos duas espécies distintas de culto que, embora diferentes, não se confundem nem se anulam. Elas servem a propósitos específicos e complementares em nossa jornada espiritual:
Essa citação de São João Damasceno é um pilar da teologia católica sobre o culto, esclarecendo que a honra a seres criados é sempre relativa a Deus. Por exemplo, o respeito que José recebia de seus irmãos ou que Abraão demonstrava aos filhos de Het (Gênesis 23, 7) não era idolatria, mas uma forma de honra humana e social.
Na latria, nossa interação com Deus se dá de forma sublime, especialmente por meio do sacrifício da carne e do sangue de Cristo, que se tornam presentes nos elementos eucarísticos do pão e do vinho. A forma pela qual celebramos o culto de latria é ensinado nas Escrituras:
“Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a OFERECERDES VOSSOS CORPOS EM SACRIFÍCIO VIVO, SANTO, AGRADÁVEL A DEUS: É ESTE O VOSSO CILTO RACIONAL." (Romanos 12, 1) “(…) NÃO ENTRAM EM COMUNHÃO COM O ALTAR OS QUE COMEM SUAS VÍTIMA?” (1 Coríntios 10, 18) “TOMAI E COMEU, ISTO É O MEU CORPO." (São Mateus. 26, 26)
A finalidade dessa adoração, a latria, é exclusivamente reparatória e salvífica. Seu objetivo principal é reparar nossos pecados e nos livrar da morte eterna, permitindo-nos participar gratuitamente do evento eterno do sacrifício de Jesus. Esse sacrifício é o único ato no mundo capaz e necessário para nos incluir na vida com Deus, restaurando nossa comunhão com Ele. Em suma, a adoração (latria) é o reconhecimento pleno da majestade divina e da obra redentora de Cristo. Já a veneração (dulia) é a honra devida à santidade que Deus imprime em Seus servos e em Seus instrumentos, sem nunca desviar a adoração que pertence somente a Ele.