A humanidade, ao se afastar da Divindade pelo pecado, perdeu os bens espirituais contidos na imagem de Deus impressa em cada indivíduo. Tais bens — como a perfeição, a justiça, a bondade e a pureza de corpo e alma — eram essenciais para a união com Deus e para a visão beatífica (vê-Lo face a face). Desprovida dessas virtudes, a humanidade não possuía mais a capacidade própria de se reconciliar com Deus. Por isso, o resgate desses bens só foi possível através de uma nova Humanidade unida à Divindade: Jesus Cristo. Era imperativo que reencontrássemos a perfeição participando da vida e morte d'Aquele Homem único que reúne em Si as duas naturezas.
"(...) O DOM DE DEUS E O BENEFÍCIO DA GRAÇA OBTIDA POR UM SÓ HOMEM, JESUS CRISTO, FORAM CONCEDIDOS A TODOS." (Romanos 5, 15)
O Catecismo da Igreja Católica (§1996) explica:
“Nossa justificação vem da graça de Deus. A graça é favor, o socorro gratuito que Deus nos dá para responder a seu convite, tomar-nos filhos de Deus, filhos adotivos, participantes da natureza Divina e da vida eterna.”
Formamos Um Só Corpo em Cristo para que as virtudes eternamente existentes Nele pudessem ser partilhadas conosco. Ele recebeu na Cruz a justiça que merecíamos como consequência de nosso desamor e negação do Bem.
"NÓS, EMBORA MUITOS, FORMAMOS UM SÓ CORPO EM CRISTO, E CADA UM DE NÓS É MEMBRO UM DO OUTRO." (Romanos 4, 5)
Essa união vital é a fonte de toda ação meritória:
"EU SOU A VIDEIRA, VÓS, OS RAMOS. QUEM PERMANECER EM MIM E EU NELE, DÁ MUITO FRUTO PORQUE SEM MIM NADA PODEIS FAZER.” (São João 15, 5)
Sendo Deus encarnado, Jesus fez de nossa humanidade sua morada, renovando-a e elevando-a a um nível de perfeição superior a humanidade original que estava em Adão. Pela Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, onde o pecado abundou, a graça superabundou. Cabe-nos, agora, responder ao Seu convite para acessarmos essa nova condição de vida, na esperança da eternidade.
"MAS, ONDE ABUNDOU O PECADO, SUPERABUNDOU A GRAÇA;" (Romanos 6, 20)