A salvação opera em plano universal para toda a raça humana. Neste caso, a ação e a vontade humana não são condições para a sua eficácia. A obra salvadora de Deus existe por Si mesma, sendo eficaz independentemente de qualquer manifestação humana — exceto, obviamente, a obra realizada por Cristo na Cruz, Deus encarnado que assumiu nossa humanidade. Portanto, toda a humanidade está contemplada no Plano Divino para vencer a morte e as imperfeições, como afirma Santo Tomás de Aquino:
"POR ONDE, A PAIXÃO DE CRISTO NÃO FOI SÓ UMA SATISFAÇÃO SUFICIENTE, MAS SUPERABUNDANTE PELOS PECADOS DO GÊNERO HUMANO, SEGUNDO AO QUE ESTÁ NO EVANGELHO (1 S. Jo 2, 2): ELE É A CAUSA DO PERDÃO PELOS NOSSOS PECADOS, E NÃO SOMENTE PELOS NOSSOS, MAS TAMBÉM PELOS DE TODO MUNDO.” (AQUINO. Santo Tomás. Suma Teológica. Livro IIIa. Q 48 Art.2°)
Conforme nos foi revelado:
Embora a salvação seja uma realidade universal e esteja potencialmente contida em todos os sujeitos, ela não se manifestará naqueles que, por vontade livre, a recusem, a abandonem ou criem obstáculos à fé. Nesse sentido, a salvação individual é condicionada à livre vontade, pois Deus não coage ou força ninguém a se salvar:
A Graça Divina nos concede as virtudes espirituais necessárias para remover esses obstáculos (pecado, falta de fé). Se, no entanto, persistirmos em mantê-los, a salvação, embora oferecida, não pode se manifestar em nós. Ao removermos esses impedimentos, por um ato de misericórdia Divina que nos capacita ao arrependimento e ao perdão, os efeitos da salvação são ativados ou reativados (seja para o novo convertido ou para quem retorna à fé).
Em resumo, a salvação é inteiramente eficaz por si mesma e para todos; o que falha, caso alguém se perca, é a vontade livre daquele que se deixou extraviar. A ação humana, embora necessária, não dá eficácia à salvação, mas apenas nos torna beneficiários cooperantes da Graça já conquistada por Cristo na única e verdadeira Igreja estabelecida para a dispensação dessa salvação.