R: Crer depende de uma dupla causalidade: de nós, o ato da vontade; e de Deus, o Dom da capacidade. Depende de nós o que está ao alcance da nossa vontade, e de Deus, o que nossa vontade, sozinha, não alcança. Só Deus nos capacita a crer numa realidade que transcende os sentidos, a razão natural e o tempo. Logo, para crer, o ser humano depende exclusivamente da Graça de Deus:
"SE ALGUÉM DISSER QUE SEM A INSPIRAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO, E SEM O AUXÍLIO DE DEUS PODE O HOMEM CRER, ESPERAR, AMAR E SE ARREPENDER COMO CONVÉM PARA LHE SER CONFERIDA A GRAÇA DE SER JUSTO, SEJA SEPARADO DA NOSSA FÉ." (CONCÍLIO DE ORANGE, ano 529, Cânon 3)
A capacidade de crer é um dom gerado em todos os nascidos à imagem de Deus, manifestada até mesmo nas criaturas mais simples: "DA BOCA DOS MENINOS E DAS CRIANCINHAS DE PEITO TIRASTES O VOSSO LOUVOR." (Salmos 8, 3; S. Mateus 21, 16).Pelo conhecimento das verdades reveladas por Cristo, o embrião da fé que nos é gerado desde o início da nossa existência se nutre e se fortalece. Entretanto, com o auxílio Divino, o amadurecimento da fé incumbe ao ser humano quando, atingida a idade da razão, ele move-se em seu livre desejo ao encontro da verdade que salva. A Graça age, mas o homem é o ator:
"O HOMEM NADA FAZ DE BOM, EXCETO AQUILO QUE DEUS LHE PROPORCIONA REALIZAR. ISTO NÃO SIGNIFICA QUE DEUS REALIZOU O BEM NO LUGAR DELE." (CONCÍLIO DE ORANGE, Cânon 20)
A capacidade de crer se transforma e se aperfeiçoa no ato de crer, quando somos expostos ao que devemos acreditar e consentimos nas regras da fé, aplicando-as em nossas vidas.A fé não trabalhada e não nutrida não crescerá e não se fortificará. Tudo que não é nutrido se definha e enfraquece até morrer. Quando isso ocorre, perdemos o escudo e a muralha que nos cercavam no reto caminho do Bem.
"ASSIM, AQUELE QUE JULGA ESTAR FIRME, CUIDE-SE PARA QUE NÃO CAIA!" (1 Coríntios 10, 12)